terça-feira, 22 de novembro de 2011

Eu sou um fenômeno


Tenho certeza. Ou alguém parou de contar o número de celulares que já teve, quando estava no seu 13°? Eu parei. Não, eu não os troco porque quero estar “in” em relação à tecnologia. Eu os troco porque, sem querer, estou “in”ônibus (péssima essa) restaurantes, boates, cachoeiras, ruas do Rio de Janeiro e meus celulares insistem em sair dos lugares em que eles estão comigo.

Mas como eu ia dizendo, no sábado passado eu me superei. Foram dois de uma vez. Quando minha irmã me deu um celular só para falar com ela de graça, o que pensei? Vai dar merda. Não deu outra. Deu merda. Ele foi junto com o meu outro Nokia modelo tijolo. Dessa vez, os dois me surpreenderam. Não que eu não tenha ficado surpresa com o abandono de lar dos outros celulares, até porque algumas fugas me surpreenderam bastante: “passa tudo, passa tudo, celular, bolsa!...” Até picolé já passei, eu tinha 12 anos. Bom, isso é outra história.

Os meninos, digo celulares, me surpreenderam porque eles foram capazes de abrir o zíper da minha mochila, sair dela juntinhos para nunca mais voltar e eu fui me dar conta disso, só uns 20 minutos depois. Não sei se eles continuaram traçando suas rotas de fuga dentro do ônibus em que estávamos ou se saltaram ao mesmo tempo em que eu, só que com seu novo dono. Nunca vou saber.

O fato de não saber, já me irritou bastante, hoje em dia percebi que eu teria dois trabalhos: irritar-me e desirritar, já que a raiva não ia trazer uma câmera portátil com o videozinho contando o que aconteceu. Quem sabe no futuro ela traga? Imaginem o poder da mente trazendo câmeras instaladas nos ônibus para sua memória? Eu solicitaria um flash back desde o meu primeiro celular.

Pensando bem, é melhor dar uma acumulada nessa raiva, quem sabe assim, eu acelero o prazo de entrega de um só DVD com os flashbacks dos outros 17, 18 ou 19, 20 celulares que já tive? Ia bater uma saudade...Tô ficando melancólica.

Pensando melhor, eu ia pedir para pular os que eu perdi porque caíram dentro da privada em situações em que eu não estava , digamos, assim, no meu auge de sobriedade. Ia pedir também para não colocar no DVD os celulares que meu cachorro comeu. Até mais ou menos o seu primeiro ano, foram embora para dentro da sua boca, três celulares junto com três óculos de grau. Pitoco ainda está vivo. Vira-lata é foda.

E, assim, entre roubos, furtos e danos, sigo seguindo com o meu 3467589.0000° modelo Nokia Tijolo.





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