quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Papo Calcinha



Oi estou gostando muito do programa..e muito engraçado as meninas falando e e bom pra esse jovem ver e nao fazer besteira tenq fala pra de uzo de preservativo..seila alguma tecnica de-se coloca a camisinha seila uns treco asim...pra estimularem eles uzarem a tal da camisinha bjos fuiiii


Um comentário desses só pode ser brincadeira, né? É a primeira coisa que você pensa. Explicando: esse é um dos comentários infelizes de um telespectador do programa “Papo Calcinha” do Multishow. Por quê, por quê, meu Deus, existem pessoas assim? Elas deveriam ser banidas da sociedade. Tanto o comentarista como as quatro apresentadoras do programa. Sem preconceito contra qualquer profissão, mas uma é maquiadora, a outra está voltando ao teatro e, atualmente, dedica-se à astrologia; a terceira e a quarta são atrizes. Não sei se realmente são atrizes ou dizem que são, mas, pelo menos, elas têm alguma explicação para quererem aparecer na TV. Uma se preocupou em dizer que está lendo Sartre e colocou uns óculos de grau no meio da gravação de seu perfil para dar um ar de séria.

A mais nova tem 23 anos, e a mais velha, 28. São PHDs em sexo e homens. Só podem, para serem escolhidas para fazer um programa que só fala sobre isso, a meu ver elas têm que ter pós-graduação no assunto. Pós-graduadas ou não, elas me dão uma puta de uma vergonha alheia. Enquanto eu vejo o programa, escondo-me embaixo do travesseiro. Por que eu vejo então? Provavelmente, você também faz isso. Ou você não fica vendo coisas bizarras só para rir e criticar? Pois é, eu faço o mesmo.

A minha crítica, no entanto, não é só às quatro meninas. Eu também queria ter dado a sorte de ter ganho um programa de TV pra ficar falando um bando de merda e ainda ganhar fama e dinheiro. Pois é, não dei e continuo aqui insistindo na arte de escrever.

Mas voltando à crítica, ela é também ao tipo de programa em si e a sociedade que o produziu. Ele tem grande aceitação dos homens, que acreditam que, finalmente, estão podendo ver mulheres que falam abertamente sobre sexo como eles. Só que isso não é verdade. Não é, não é e não é. É lógico que eu e minhas amigas falamos sobre sexo, mas nunca disse, e nem uma delas tampouco, frases como: “Eu adoro quando ele pega na minha bucetinha assim e assado”. Sou um ano mais velha que a mais velha delas. Tenho 29. Não sou moralista. Pelo contrário, entendo os que traem e os traídos, os vingativos, as histéricas, sou super a favor do casamento gay e de lésbicas. Acho que vale tudo na cama, mas calma aí, não é por causa disso que eu vou sair falando em rede o que eu faço ou deixo de fazer entre quatro paredes. E acredito mais: acho que ninguém, além do meu namorado, tá a fim de saber do que eu gosto ou não. Agora, se o intuito do programa é tirar dúvidas sobre sexo, mais uma vez ele errou em seu propósito. Eu poderia tirar as minhas com aquela sexóloga velhinha do GNT, mas não com quatro meninas de 20 e poucos anos. Se for para isso, eu tiro com minhas amigas ou com a minha ginecologista.

E a chamada do programa? “As conversas típicas de “rodinhas” de amigas, onde elas falam sobre os mais misteriosos e apimentados assuntos, serão reveladas por quatro corajosas...”

Primeiro que as conversas não são típicas. E segundo: por que elas são corajosas? Não são típicas, não falamos assim, pelo menos no meu universo feminino, que não é pequeno, não. E seriam elas corajosas por que falam palavrões e num linguajar masculino? Isso pra mim, não é coragem. Corajosas são outras mulheres. Foram outras mulheres. Elas nos ajudaram a conseguir direitos que não tínhamos. E é nisso que devemos ser iguais aos homens, tendo os mesmos direitos, os mesmos salários, mas não nos transformando em homens.

As mulheres são, ou deveriam ser delicadas. São mais frágeis, mais sentimentais. E que mal há nisso? Por que temos que fingir que somos fortes para tudo? E o pior: que somos iguais aos homens? Não, não somos e ponto. E me perdoem as que se dizem ser.

Acredito, sim, que, como eu sou, existem mulheres mais racionais, menos sentimentais, mas, ao ponto de falar que uma trepadinha rápida resolve os “meus problemas”, não. Não, não resolve. Eu não gosto de fazer compras, não demoro pra me arrumar, não falo muito, não discuto relação, não faço unha. No entanto, admito que, como a maioria das mulheres, sou pior que os homens em direção. Eles são bem melhores com ferramentas e computadores do que eu. Eu já trabalhei com dois telefones nos ouvidos, um computador na frente, falando com 25 pessoas ao mesmo tempo no msn e mais uma diante de mim. Eles sempre me asseguraram que seriam incapazes de fazer isso. Fale com um homem enquanto ele vê televisão e veja no que dá. Sim, as mulheres são capazes de fazer muitas coisas ao mesmo tempo; os homens, não. E por aí vai... Viva as nossas diferenças! E meninas do “Papo calcinha” ...Bom, sem comentários.

Um comentário:

  1. Eu não vejo TV, e sua descrição do programa só me faz ter mais convicção de que não estou perdendo coisa alguma. Patético e vulgar. Qual é o público de um lixo desses?

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